quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Está dentro de mim esse alguém que compreende

Nunca pensei que pudesse haver alguém no mundo que me entendesse, talvez nem eu me compreendesse como pensei que me compreendo sempre fui inteligente e infeliz, mas enfrentei alguém que me pudesse fazer ainda mais triste e infeliz,dentro de um mundo que não era meu, mas sozinha comecei a entendê-lo e nele o que os outros pensavam. Sobre os outros, não precisava alcançar muito aqueles horizontes mentais, somente por suas atitudes, o falar, as interpretações dos fatos, já me fazia entender o que pensavam.
Mas vejam! Quando ele cresceu disse que queria ser alguém com um futuro brilhante, nem que para isso precisasse passar por cima de seus parentes, aderentes ou de seus lamentos, nem lembrava mais de sua humilde avó, aquela que não conseguiu ensina-lhe nada , nem regras, nem que a sociedade fosse tão hipócrita e materialista, isso aprendera sozinho.
Forcei-me a acreditar naquilo que fosse verdade, o vi como refúgio para uma vida cheia de teias e restritas às condições dele, mas fui. Passei anos embaraçados nessa teia e lamentando não puder mais sair, não consegui aprender muito durante minha estadia nessa teia, somente quando saí, pude ver o que hoje não acredito que me acontece. Algumas vezes acordei com alguém tapando minhas narinas, sufocando-me talvez, difícil acreditar naquilo que pude viver, assim sem ar, me foi roubado todo o ar, o que me restou foi sofrimento, há dias não tamparam minhas narinas, não tinha ideia do que estava acontecendo, a dor , os desadores da solidão, quando minhas narinas eram forçadamente tapadas e quase não podia respirar com o pouco de ar que me restava ainda conseguia trabalhar,ser escrava social a alimentá-lo e para sonhar tempo não havia, as vezes sonhava quando ele não estava, quando sim, minha atenção era voltada a ele.
Certo dia, pude acreditar em mim mesma, tamanho sofrimento e quando minha dor crescera à medida que pedia para não mais sentir, as horas são tão incertas, não se pedia para adoecer , adoecia-se a qualquer minuto a qualquer tempo que se estivesse saúde, a minha andava debilitada e ele me olhava poucas vezes, na verdade não conseguia ver seu olhar apenas nas fotografias, via o tempo passar em que estava naquela fotografia, talvez por isso que não me deixara ver seu olhar profundo e nevoante. Um dia acreditara que podia respirar, não estava doente, acreditei, respirei profundamente e ele não estava mais lá apenas na fotografia,Senti que o que aconteceu-me foi por acaso , num suscinto destino como quem cruzam dois transeuntes e estes conversam sem saber onde o outro mora, logo depois continuam sua caminhada, sobrevivi muito tempo sem entender o que me aconteceu, nem a precisão de saber o dia seguinte conseguia entender , pelejei por estar aqui , abandonei todos os detalhes de minha vida, a pensar que existem pessoas extremamente inteligentes e emocionalmente frágeis e outros inteligentes e não tão frágeis , a pensar que cresci tão fortemente entendendo a quem me cercava com exuberante distorções, aprendemos nas distorções do outro e em nossas próprias distorções e não nas qualidades,estas nos servem apenas para serem seguidas, já as distorções e defeitos para serem interpretados e diagnosticados , hoje penso que vivi mesmo sem ar aprendendo naquilo que no mundo é mais presente as distorções, e em minha súbita vida aprendi a respirar e me entender, logo pude pensar, será que não devo criar dentro de mim alguém para me entender.

Um comentário:

  1. Alguns textos são para leitores sensíveis e com paladar aguçado de metáforas e dores da vida,lembrando que, as vezes o mar estar calmo e outras o mar pode está revolto, mas não devemos esquecer que Deus estar presente nesses adversos momentos de nossas vidas.

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