quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mentalmente Solitária

*por Virginia Melo

Mentalmente Solitária
Tento entender........................... Estou apenas tentando entender, eu tento, apenas, apenas entender, somente entender ..... entender o que vivo....
Esta é minha imagem, uma imagem que se transmitia para as pessoas uma coisa que não o era, mas as pessoas pensavam que era. Não importa apenas sabendo eu quem sou já me basta. Quando o mundo era bastante grande para mim, o mundo se tornava pequeno, e não cabia mais em mim, me repugno somente em pensar nas coisas que ele conseguiu destruir, talvez por conta de tudo que me aconteceu neste mundo tão complexo. Quanto a mim mesma não pensei que a imagem que tenho de mim me parecesse tão grotesca, mas não sou assim como pensam que sou, apenas finjo ser o que não sou, a incerteza me deixa ofuscar aquilo que os outros pensam que sou, a verdade é pra mim um direito de pensar naquilo tudo que desejo ser e somente ela sabe quem realmente sou, os outros apenas vêem minha imagem.
Vivi tentando entender as aparências, o que as pessoas pensam das aparências, será que ela não nos consegue enganar? Ofuscar aquilo que desejamos que os outros pensem. O pensar pra mim é soberania dos mais valentes galardões, talvez eles pensem que sou o que eu apenas nunca imaginei ser, então será que as aparências enganam? Talvez seja preconceito dos tolos pensar aquilo que não somos, sofri com tudo aquilo que os outros achavam que fosse.
Hoje não confio no que me acontece, sabedoria talvez, ou intranqüilidade? Fui torturada por aquilo que os outros pensavam e por um maltrapilho ser ignorante que quase aniquilou aquilo que eu mais tenho de melhor.
Aconteceu-me uma coisa que eu desconfio o pensar dos bons e o maltratar dos ruins, ou vice e versa. No mundo tranqüilo e penetrante que vivi somente consigo pensar em tudo aquilo que sofri, uma vez consegui palestrar mentalmente no que os outros pensam o que me é mais presente, quando acordei imaginei que tinha sonhado, mas não foi um sonho, aconteceu-me de verdade não consigo hoje explicação para tal fato, a sala estava lotada de homens e mulheres, todos estavam compenetrados nos seus lugares, somente conseguia ouvi minha própria mente e esta me torturava. Tentando penetrar na intimidade do meu pensar e também das pessoas que ali estavam, cada um queria saber o que e como encontrar resposta para tamanha opulência de poder pensava eu em muitas coisas ao mesmo tempo aquilo me dava medo!
Será que consigo reorganizar meus pensamentos outra vez – Estava tudo desordenado não conseguia me compreender nem o outro, de repente um feixe de linguagem encarnou em mim então consegui falar, pedi a Deus que aquela falta de organização mental não pudesse me atrapalhar, mas aos poucos somente consegui ouvi algumas pessoas sussurrando. Fitei minhas mãos, estavam suadas encharcavam como uma panela em fogo muito quente, só que o vapor que saia de minhas mãos estava frio.
Estou só tentando entender as aparências, começando pela minha , que aparência tive, acho que ninguém notou tamanho sofrimento mental e solitário, estava eu me tornando solitária?Pensei. Por algum momento parece que consegui me entender, compreender o que estava me passando, não quero hoje me confirmar que vivi sob aparências uma aparência que não era minha, rótulo de outro, sempre o outro pondo rótulos em nossa aparência, aquela sociedade me transformara me mudara.......
Se eu não consegui me confirmar em mim mesma talvez não consiga aderir esse rotulo, rotulo de um produto que não sou. As pessoas me pareciam tranqüilas e eu tão solitária entre tantas pessoas ao meu redor e eu tentando entender a mim mesmo, o que estava eu fazendo ali? Naquela ocasião tudo aquilo me parecia ilusão e incerteza, aqueles tentando entender às questões do caderno alguns tão perplexos diante de mim, outros infantis, outros tão sexualizados e eu somente tentando entender a mim mesma e nada daquilo que lia conseguia assimilar, o que minha mente decifrava então? O que aos olhos dos outros eu parecia? A isso prefiro chamar de destroço mental, parecia confusa! Que estava eu fazendo ali tão sozinha e infeliz a vida me colocou embaixo da cama logo cedo, um lugar solitário e escuro, escuro e solitário., onde descobri os mais diversos monstros , os seres mais caricatos do mundo e este mundo chamava-se embaixo da cama para onde ia algumas vezes.
Meu maior medo estar entre não saber o que os outros pensam talvez não conseguir saber seja meu maior medo. Aos poucos consigo estabelecer a garantia de saber o que realmente sou sem me prender ao que penso , pensar é pra mim esclarecer a mim mesma e ao mundo entendendo-me dentro dele, esse é pra mim um receio, acreditar que sou maior que meu mundo, onde me cabe todas as pessoas mesmo aquelas que não pensam e nada sabe absolver. Os mais torturantes seres cabem dentro de meu mundo, estou tentando compreendê-los cabendo eles dentro de mim consigo desprendê-los do que são. Enfim meu mundo é bastante grande e consigo amá-lo dentro de minhas possibilidades. Por um instante olhei todos para saber o que estavam fazendo e quais as aparências deles, a minha tentava imaginar o que me viam e como me viam? Algo estranho surpreendeu meu pensamento, descobri que compreender tudo aquilo me tornava infeliz, ninguém me observava apenas eu me via dentro de mim mesma. Senti me parecer transparente, mas que transparência e esta onde posso ver meus próprios pensamentos, como pude ver minhas abstrações e a dos outros?Alguém levantou e fitou-me surpreendido pelo meu olhar penetrante e infeliz.


*professora, servidora pública, especialização em Psicopedagogia Clinica e Institucional.

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