quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Quase poemas

Haiti

Gostaria de dormir e acordar na cidade devastada,
Que desespero daqueles que estão soterrados em sua própria miséria
Afundados em suas angústias!
Alguns, ainda sobrevivem depredados pela miséria, pelo desespero de ainda encontrar alguém nos escombros,
Pobres seres! Refletimos sobre o que fizeram para merecerem tamanha desgraça
Em nosso país se roubam e são absolvidos, principalmente se o dinheiro for colocado em meias, cuecas, bonés ou até sapatos,
Talvez, furtar não seja pecado tão grave,
Viver seja pecado maior.
Sob os escombros estava meu castigo
Por isso sonho em acordar num país melhor,
Dormir já não consigo.
Ontem encontraram mais um, degradado, embaixo dos entulhos
Abaixo da muralha do sofrimento,
Da angústia desidratada, de olhos esbugalhados,
Porém em nosso país os olhos esbugalham–se defronte ao dinheiro público
Das notas estampadas de peixe morto
Quantas essências mortas, quanta dor daqueles que nada tem
Quantas carnes mortas, na dor e no sofrimento só restam agora o clamor daqueles embrutecidos Fabianos.



Dor materna

Hoje sentir em meu almoçar a dor de duas crianças, ou talvez três não sei.
Meu coração bateu forte, comecei a estremecer
Senti náuseas, não conseguia engolir
Pensei em meus dois seres tão infantes
E desprotegidos, sofri.....
Meus pensamentos não me deixavam em nenhum momento,
O coração entreabriu-se, debateu-se, solfejava, bramia, gritava como um louco
Minhas crianças que por conseqüência de uma embriaguês de um covarde qualquer desprendia-se do mundo, Michael e Pedro
Cadê vocês!
Minhas crianças tão infantis.
Senti uma grande angústia sem menos os conhecer
Covardia alcoólica o que fizestes com meus meninos, minha carne adormece somente pensando na dor dessas mães que passaram pouquíssimo tempo com seus dois anjinhos tão pueris,
Como estava colorido o céu ontem pareciam que as nuvens estavam em festa para a chegada dos meninos ,
Senti meu coração estremecer, debatendo-se estalando dentro de mim, Meu Deus!
Que tamanha dor de sofrer por vocês como mãe que sou.

Virginia Melo

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