“Quando não se havia mais lágrimas para extrair,quando o mundo já não me servia, comecei a traduzir o meu caos através das minhas palavras do meu próprio jeito”
Virginia da Silva Melo
Da calçada dava para vê-lo apressadamente chegando, cabisbaixo de olhar lançado para o chão, na mente sofrida só os sonhos a preenchia e sobre seus longos ombros, o pensamento, a passagem de quando ainda era criança. Aquele orfanato, as severas pressões dos funcionários, pensava porque a vida lhe arrebatou para aquele destino, não sabia por que aquilo havia acontecido, fora colocado lá sem menos perguntarem se gostaria de ficar, nem o direito de responder lhe havia permitido, nem uma opinião, pensavam que criança não tem direito de escolha.
O sonho de criança, de crescer com os afagos da mãe, de assimilar a referência masculina isso lhe foi retirado,o paradeiro do pai, a certeza da orfandade.Pensava em sua mãe que foi privada da vida tão precocemente, aquele colo materno, os afagos, foram trocados pela vivência no orfanato.
E minha violência psicologica (era minha, pertencia a mim) ,lançadas sobre mim , como forma dele compensar a infancia de desnutrição psicologia, brutalidade que atingiria minha autoimagem, meu autoconceito e minha autoestima.Uma década sem entender o que acontecera para que Pedro fosse assim. (.......)
por Virginia da Silva Melo
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